Clima de tensão no ar. Quando Robert Pattinson entra na sala do hotel em Los Angeles, todos ficam em silêncio. Mais alto do que eu imaginava e com olhos azul-acinzentados mais penetrantes do que eu previa, ele logo quebra o gelo com um sorriso meio tímido, mas totalmente sexy. E pede um minuto para checar se seu cachorro está bem na sala ao lado. Oi? Pattinson volta ao meu encontro se desculpando. “É que ele é muito novinho e ainda não se acostumou com minha agenda apertada”, diz, brincalhão. “Agora, sim, podemos começar.” O filhote sortudo é Bear (urso, em inglês), um vira-lata, mistura de pastor alemão com alguma(s) outra(s) raça(s), que ele adotou em um canil público de Los Angeles. Golpe Baixo.Esse taurino que está prestes a completar 25 anos parece ter amadurecido desde que começou a fazer o vampiro Edward Cullen, da saga Crepúsculo.“Enquanto filmava ‘Água para Elefantes’, me senti mais seguro. Não fico mais aterrorizado com a possibilidade de cometer erros”, diz, referindo-se ao filme que chega aos cinemas dia 29, em que ele faz um veterinário de circo e protagoniza cenas sensuais com Reese Witherspoon, 34 anos. Aliás, em outro trabalho, Bel Ami, com estréia prevista para outubro, ele faz par com Uma Thurman, 40 anos.
Contracenar com mulheres mais maduras é diferente? “A idade não importa, tanto em filmes quanto na vida real. Acho.” Pattinson cresceu em uma casa com três mulheres (a mãe e as irmãs Lizzie e Victoria, mais velhas), além de seu pai. Mas garante que nunca foi paparicado, muito menos fazia sucesso com a ala feminina. Até os 13 anos, frequentou escolas só para meninos. “Meu contato com garotas se resumia às amigas das minhas irmãs – e, óbvio, elas não queriam saber de um garoto de 12 anos.”
Sentado à minha frente, ele coloca os pés sobre a mesa de centro e cruza os braços sobre os joelhos. Apesar de ser considerado um dos atores mais bonitos, influentes e bem pagos do mundo, faz de tudo para parecer um cara normal.“Essa história de sex symbol é totalmente irrelevante para mim. Não acho que seja um aspecto interessante na vida de um ator e certamente não é um fator duradouro. Você pode ser considerado sexy por um ano, dois – mas depois passa, e só ficam os atores que realmente têm algo a mostrar”, diz. “Claro, a aparência pode abrir portas. Mas é importante focar em conseguir trabalhos interessantes e construir uma base.”
Pattinson gesticula bastante enquanto fala, e, assim que consegue fazer as ideias deslacharem em palavras, abre os braços e se apoia no encosto do sofá, alargando os ombros. Mesmo assim, não consegue esconder o estilo reservado inglês. Talvez por isso a informalidade dos brasileiros (e principalmente brasileiras) o tenha pego de surpresa. O ator esteve no Rio de Janeiro para gravar cenas de Amanhecer. “Estávamos filmando na rua e, de repente, várias garotas que faziam figuração passaram a conversar comigo, me abraçar… Continuei atuando, porque não sabia se era parte da cena ou não. O pessoal atrás das câmeras começou a gargalhar. Mais tarde, meu segurança disse que não quis intervir porque ‘percebeu que eu estava gostando’ [risos]. Nunca vi nada igual. É um povo totalmente desinibido e adorável.” Quando pergunto se Kristen Stewart, a Bella de Crepúsculo, sente ciúme, ele desconversa com um sorriso: “Acho que deveríamos concentrar nossa conversa no filme que estou lançando”. Ainda assim, acrescenta que o único lado ruim da fama é ter de se esconder. “Nada me estressa. Mas, quando comecei a notar que sempre tem alguém me seguindo, com uma expressão pouco amigável, aprendi a me proteger.”
Tamanho assédio não faz sentido para ele. “No fundo, é sorte. Você faz vários filmes, e nada. De repente, muita gente gosta de um deles, e… bum!, vira sua vida do avesso. Mas junto com o reconhecimento vem a necessidade de provar que você o merece, principalmente no meu caso, porque não fiz tantos filmes para conquistar esse posto.” Para chegar lá, está focadíssimo na carreira.“Quero me provar que posso ser um ator extraordinário.”
Fonte: Robsten.com
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