quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tradução da entrevista para a revista Recognise.

Mc Voando alto


(ri muito com essa entrevista)

A banda britânica McFly tem andado a fazer melodias contagiantes e a aperfeiçoar penteados da moda há quase uma década. Mas há mais para dizer sobre esta banda do que se nota à primeira vista. A RECOGNISE descobre o quão mais haverá.

Os McFly  percorreram um longo caminho desde a altura em que eram conhecidos como a banda de abertura dos Busted. Ligeiramente mais talentosos e muito mais atraentes, já passaram sete anos desde que lançaram o seu primeiro single “Five Colours in Her Hair”. Agora na casa dos 20, Tom (o mais velho com 25 anos), Harry, Danny e Dougie não só escrevem as suas próprias músicas, como são quase os seus próprios agentes. Ao que diz respeito a ganhar prémios, eles podem (mas nunca o fariam) gabar-se de uma colecção de 15 singles no top 10 (sete dos quais atingiram o topo da tabela no Reino Unido), quatro álbuns também no top 10, mais de 8 milhões de discos vendidos por todo o mundo, e de serem a banda mais nova desde os Beatles a ter o seu primeiro álbum a ser o número 1 do Reino Unido. Se não conheces o trabalho dos McFly, vale a pena ouvir o seu último álbum “Above The Noise” – és capaz de acabar por aumentar um bocado o volume. O álbum, posto à venda em Novembro de 2010, veio após eles terem voltado a colaborar com a Universal Records, depois de uma separação há 18 meses por sentimentos de restrição e limitação artística.

Durante essa separação, os McFly estabeleceram a Super Records, a sua própria produtora, pela qual lançaram o seu álbum Radio:Active em 2008. As coisas começaram bastante bem para eles já que ao ser distribuído grátis com o jornal The Mail On Sunday, o seu álbum entrou em 2.4 milhões de casas, aumentando as vendas do jornal cerca de 300 mil cópias só nessa semana. Contando com os seus fãs e com a sua recente e conquistada liberdade para o tornar financeiramente viável, este foi um risco que a banda estava disposta e livre para tomar. Tendo dominado a Europa, eles decidiram então deixar para trás o seu lado punk rock, assinar novamente um contrato com a Universal sob condições com as quais se sentiam satisfeitos, e ir para a América para injectar um lado R&B nas suas músicas.


Above The Noise, o seu quinto álbum de estúdio, foi o resultado desse trabalho. Nele, a banda trabalhou com alguns nomes improváveis mas famosos nomes da indústria da música. O cantor/produtor Taio Cruz colaborou no seu maior single do álbum, Shine a Light, e o produtor de pop/hip-hop e animal das festas Dallas Austin deixou também a sua marca. Os grandes nomes da música marcaram estas colaborações como uma boa experiência para os McFly. Contudo, parece que alguns fãs estão indecisos sobre a nova direcção que o seu som tomou. Mas, com o som da aclamação dos críticos ainda a zumbir nos seus ouvidos, parece que a influência R&B nas suas músicas já atraiu uma nova base de fãs masculina para fazer companhia às raparigas estridentes. Uma recente sessão fotográfica semi-nua no chuveiro para uma revista gay de topo pode também ter efeito no número de fãs do sexo masculino. A sua indiscreta sessão mostra a banda a divertir-se e sem vergonha de mostrar o seu lado mais “atrevido”, por assim dizer…

Por detrás da bateria e microfone, a banda também criou a sua operação de negócios, incluindo o seu site interactivo para os fãs, chamado Super City. Com o passar dos anos, eles construíram uma enorme comunidade de fãs e conceberam um conceito de rede social que permite aos fãs penetrar ainda mais no seu mundo. Os fãs (subscritores conhecidos como pioneiros) registam-se e subscrevem na Super City para receber notícias e vídeos exclusivos e até a oportunidade de receber uma chamada telefónica da banda – mas, para esse particular privilégio, têm de arrecadar uma generosa quantidade de pontos! Talvez, se fores suficientemente fixe, o entusiasta da costura da banda, o Tom, te faça um cachecol pelo Natal – como fez para a sua família no ano passado!

À parte da maneira de como os McFly ganham a vida, concertos esgotados e milhões de seguidores no Twitter já confirmaram que eles são uma das bandas do Reino Unido mais bem sucedidas recentemente. Então como é que uma banda tão empenhada em fazer álbuns disco de platina consegue coordenar caridade, viagens a África para construir escolas, com o deslumbrante mundo que mostram aos fãs? A RECOGNISE juntou-se com o quarteto fantástico para fotografar duas capas, discutir os segredos do seu sucesso e para falar da muito antecipada tour no Reino Unido.

Acham que as pessoas sabem quão independentes vocês são como banda?
Harry: Acho que os nossos fãs sabem. Quanto às pessoas que não sabem, não interessa muito porque acho que elas não querem saber.
Tom: Também nunca vão comprar o nosso disco.
Harry: Eu acho que eles até podem gostar da nossa música, mas simplesmente porque gostam da canção, não vão apreciar-nos como músicos.
Tom: Eu acho mesmo que temos muitos fãs que gostam de nós porque tocamos. Não somos como as outras “boy bands”.
Harry: Mas eu acho que as pessoas que se importam mesmo são os nossos fãs ferrenhos.

Quais foram os melhores momentos da carreira do McFly até agora?
Danny: Cada vez que fazemos uma tour e que subimos ao palco, ouvir as pessoas a cantar as nossas músicas, é aí que se tem a verdadeira noção. Estamos a tocar as músicas e as pessoas estão mesmo a gostar. É um sentimento maravilhoso.
Tom: O Festival V em que tocámos foi o nosso primeiro festival. Foi uma experiência de dar cabo dos nervos porque não era o nosso público e não sabíamos como ia correr. Nós estávamos a tocar numa das tendas, que estava apinhada de gente; estavam pessoas lá fora e a ver nos ecrãs! Ouvir uma multidão, até rapazes de 20 anos, que nunca comprariam um bilhete para nos ir ver, a cantar a All About You – isso foi muito bom.

Acham que o vosso som versátil é o segredo do vosso sucesso?
Tom: Eu acho que sim e essa é a coisa boa em nós; não somos uma banda de rock, mas também não somos mesmo uma boy band. Nós situamo-nos algo no meio, o que nos permite experimentar os dois. O nosso último álbum, Radio:Active, era muito mais inspirado no rock, enquanto que o último é muito mais pop com diferentes influências, como o R&B.

Tiveram algumas críticas de fãs a dizer que o novo álbum soa muito diferente do vosso material antigo. Incomoda-vos que poderão estar a perder fãs por causa disso?
Tom: Sim, incomoda-nos. Independentemente da direcção que tomarmos com um álbum, é sempre um risco e nunca se agrada a todos. Tem é de se fazer o que se acha certo. Temos feito sempre álbuns dos quais gostamos e nunca os direcionamos a um certo grupo de pessoas porque nem os nossos fãs mais ferrenhos gostam de tudo. Eu compro álbuns das minhas bandas favoritas por causa da banda e depois eventualmente gostarei das músicas, mesmo que não me agradem de início. Nós falamos com fãs de todo o lado, só para perguntar se gostam do álbum. Eles dizem-nos que inicialmente não gostaram, mas que aprenderam a adorá-lo e perceberam o que estávamos a tentar fazer. Acho que é esse o caso do nosso último álbum; é muito diferente.

Claramente não estão preocupados em arriscar?
Tom: Nós sempre tomámos riscos, seja com o nosso estilo musical ou quando deixámos a Universal há uns anos e ficámos independentes. Mas sempre pensámos que as pessoas que têm sucesso na vida são as que tomam os maiores riscos. Algumas vezes ganham muito, outras não, mas essa é a nossa filosofia.

Acham que irão ganhar novos fãs ao mudarem a direção da vossa música?
Harry: Acho que já ganhámos, mas é um tipo de fã diferente. São pessoas que gostam da música e até a compram, mas são diferentes dos verdadeiros fãs que gostam de nós como banda.

Vocês trabalharam com Dallas Austin no vosso último álbum, que também escreveu e produziu para Michael Jackson, TLC, Pink, Madonna e Gwen Stefani no passado. Como surgiu esta colaboração e como foi trabalhar com ele?
Tom: Nós queríamos trabalhar com um novo produtor e experimentar alguma coisa realmente nova e diferente. Nós tínhamos escrito umas quantas músicas que tinham mais a influência de Prince e de Michael Jackson e tínhamos acabado de começar a trabalhar com a Universal novamente. Eles juntaram-nos com Dallas, a dizer que ele era perfeito para nós. Ele é obcecado pelo Prince e já trabalhou com Michael Jackson e Madonna em alguns álbuns pop muito bons. Por isso nós fomos passar quatro ou cinco dias com ele em Atlanta para experimentar escrever músicas. Percebemos que iria funcionar de imediato.

Ouvimos dizer que ele é o rei das festas; juntaram-se a ele? 
Tom: Sim, frequentemente. Ele é capaz do impossível. No nosso primeiro dia, nós estávamos no estúdio e tínhamos passado umas horas a trabalhar numas músicas quando ele recebeu um SMS do Elton John. Era suposto eles encontrarem-se para jantar. Nós estávamos com jet-lag por isso dissemos para ele ir, que não havia problema. Ele respondeu que não iria, porque estava no estúdio conosco. Mas o Elton John mandou-lhe um SMS de volta a dizer para nos levar com ele. Por isso fomos jantar fora com o Elton John! Quando voltámos fomos diretos para o estúdio para trabalhar em mais umas músicas. Depois o Dallas disse que ia fazer de DJ numa discoteca, então fomos lá por umas horas, e voltámos logo para o estúdio. Foi exuberante! Não parámos até cerca das sete da manhã.
Danny: E depois ele acordou super cedo para ir nos buscar!

Como é que surgiu a colaboração com Taio Cruz?
Tom: Isso surgiu através da Universal. Isso foi discutido inicialmente, mas não especificamente para o nosso álbum, era mais uma ideia vaga. Então ele veio a minha casa para ver o que conseguiríamos criar juntos.
Danny: Nós achávamos que já tínhamos acabado o álbum nessa altura, por isso o Taio foi um bónus.
Tom: Sim, e a Shine A Light surgiu do nada, era uma ideia que tínhamos tido em Atlanta, uma música que começámos lá…
Danny: Nós guardámos uma que sabíamos que íamos escrever com ele mas depois a Shine A Light foi um sucesso… Meu Deus! Foi fantástico porque não pensámos nada nela, mas depois obtivemos o nosso single mais vendido. E é muito divertido trabalhar com ele.
Tom: Nós normalmente sentamo-nos num dos nossos quartos, ou num hotel ou assim, com uma guitarra e escrevemos uma música do início ao fim. Só uma guitarra e nós. Enquanto que o Dallas e o Taio começam primeiro uma batida, depois a melodia e começam a gravar uma música antes de a terem escrito, o que é quase o contrário de como trabalhamos. É sempre estranho quando começamos a escrever com alguém novo e a tentar perceber como vai funcionar a nossa relação. Mas funcionou; nós já tínhamos muitas ideias para começar e eles tiveram a sua influência e deixaram a sua marca no álbum.

Há alguém com quem sonhem colaborar?
Danny: Nós somos muito abertos a novas ideias.
Tom: Qualquer coisa com uma cantora. Nós temos feitos umas colaborações fantásticas com artistas lendários. O Bryan May veio tocar connosco a Wembley e tivemos a oportunidade de cantar no We Will Rock You (o musical de West End baseado nas canções dos Queen), o que foi maravilhoso. Também tocámos com o Roger Daltrey dos The Who. Temos tocado com pessoas fantásticas mas seria bom fazer alguma coisa com uma cantora.

Há alguns anos vocês tornaram-se independentes e criaram a vossa produtora, Super Records. Porque é que o fizeram e foi assustador tomar esse risco?
Tom: Já estávamos fartos da Universal nessa altura. Eles obrigaram-nos a lançar um álbum de Greatest Hits (maiores êxitos), o que nós não queríamos muito fazer, mas contratualmente eles podiam lançá-lo sem a nossa permissão.
Danny: E tivemos a oportunidade de sair.
Tom: Sim, de acordo com o contracto, podíamos sair se quiséssemos.
Danny: Por isso aproveitámos.
Tom: Tivemos muita sorte porque muitas bandas não o poderiam ter feito. Nós sabíamos que tínhamos os fãs, e eles não quereriam saber se tínhamos uma produtora ou não. Tínhamos tido o sucesso suficiente para poder financiar tudo sozinhos e podemos dar-nos ao luxo de o fazer. Foi uma posição fantástica para se estar. Penso que agora há muito menos stress e preocupações.
Danny: O grande resultado de fazer isso e o álbum Radio:Active foi que construímos uma comunidade de fãs pela Europa e América do Sul e fizemos montes de coisas internacionais.
Tom: Essa é a principal coisa positiva que surgiu de toda a situação.
Danny: Podíamos fazer o que quiséssemos, como doar o álbum com o jornal The Mail On Sunday. Agora podemos fazer coisas que as produtoras nunca nos permitiriam.

Considerariam produzir outras bandas através da Super Records, no futuro?
Tom: É algo acerca do qual temos falado.
Danny: Não temos tempo para procurá-los ainda. Nós quereríamos estar envolvidos no seu trabalho.
Tom: Os McFly ocupa-nos mais ou menos 100% do tempo.
Danny: Acho que iremos fazê-lo quando arranjarmos tempo.
Harry: Talvez seja algo que faremos mais tarde. Acho que estamos um bocadinho preguiçosos/ocupados de momento.
Tom: Seria pensado porque teria de ser algo em que estivéssemos todos envolvidos. Não quereríamos forçar uma banda a fazer algo que não fosse o estilo deles.
Harry: Quereríamos que eles fossem fantásticos, não só a “banda dos McFly”.
Tom: Sim, eles precisariam de conseguir ter sucesso sozinhos.

Quem são as vossas influências e artistas favoritos actualmente e desde sempre?
Tom: Os Kings of Leon. Não há nenhuma influência deles no álbum mais recente mas existe definitivamente nas coisas em que estamos a trabalhar agora. Também gosto de bandas como os Beatles ou os Beach Boys; eles sempre me influenciaram.
Danny: Green Day.
Tom: Nós gostamos todos de coisas diferentes. Eu gosto muito de teatro musical, bandas sonoras de filmes e isso.
Danny: Dave Matthew’s Band.
Dougie: Eu adoro uma banda chamada Canterbury, eles vão ser muito famosos. Sleigh Bells, também são fantásticos. Everything Everything também são muito bons.
Danny: Não há muitas bandas por aí que sejam famosas atualmente. Eu gosto da Rihanna como artista; ela tem sempre músicas fantásticas.
Tom: Tem sido um ano de muito pop bom.
Harry: Sim, não há tantas bandas como havia antes. Era muito melhor quando eu era mais novo, eu juro! Dez vezes melhor!

Hoje em dia, parece que música e as redes sociais andam de mãos dadas. Podem contar-nos um pouco mais sobre o vosso site de fãs, a Super City?
Tom: Começou há cerca de dois anos porque nós nunca tínhamos ficado satisfeitos com os nossos sites, eram muito maus, e então pensámos que era altura de uma remodelação. Saltámos de uma ideia louca para outra ainda pior antes de nos apercebermos que estávamos a criar este site de subscrição. Não havia bem um modelo para o que nós queríamos construir por isso tivemos de criar tudo de raiz num mundo 21/2 D. Foi muito entusiasmante porque nunca ninguém tinha tido um site que tivesse o aspecto ou funcionassem como o nosso e nós tínhamos a liberdade de dar a nossa música aos subscritores e coisas do género. Toda a gente com quem falámos adorou a ideia e, quando nos juntámos novamente com a Universal, eles deram-nos a confiança para continuar. Depois o projecto foi um sucesso. No primeiro dia em que o lançámos tivemos 10 milhões de visitas nas primeiras 8 horas – o site foi abaixo porque os servidores não conseguiram lidar com isso. A quantidade de pessoas que nós esperávamos que subscrevessem num ano, foi a quantidade que o fez logo no primeiro dia! Foi muito excitante e começou logo em grande. Agora é preciso mantê-lo com o conteúdo certo. Todos os dias há alguma coisa nova para os fãs, seja um filme, uma nova música ou uma faixa acústica. Todas as semanas há uma coisa mais importante até que cada mês é lançado algo que vale mais que o custo da subscrição. Este mês é um DVD dum concerto que demos antes do Natal.

Os fãs podem mesmo falar com vocês através do site?
Tom: Sim, estamos lá a toda a hora.
Danny: Podemos fazer webchats em qualquer lado pelos nossos portáteis, é fantástico. Eu já fiz alguns na minha casa e um na minha cama.
Tom: Há um lado de rede social na Super City, como o Facebook, por isso podem iniciar sessão e actualizar a vossa página.
Danny: Os fãs têm os seus próprios perfis e ganham pontos se fizerem coisas como carregar uma fotografia, e connosco os pontos transformam-se em prémios. Podem ganhar um telefone privado nosso, um e-mail, um espectáculo de sexo… Não, não, estou a brincar! Começa com coisas pequenas até chegar às maiores, como um meet and greet.

Quantos pontos precisaria um fã para receber um telefonema?

Tom: Bastantes, entre 5 mil e 6 mil.

E para um espectáculo de sexo…?!
Tom: Um milhão de pontos.
Danny: Essa é a versão adulta do site (risos).
Dougie: O que é que há no espectáculo? Somos nós uns com os outros ou com eles?
Danny: Sim, cada pessoa faz uma montagem dela própria numa fotografia para parecer que está a fazer sexo conosco.
Tom: Eles não vão fazer sexo connosco!

Mudando de assunto – como é que se envolveram com a Comic Relief?
Harry: Pediram-nos e nós aceitámos logo!
Tom: Começou quando os Busted gravaram uma versão de Band Aid. Nós tínhamos o mesmo agente e ele falou com o Richard Curtis e perguntou se nós estaríamos interessados.
Harry: Para o ano seguinte ou assim, não era?
Tom: Sim, eu e o Danny fomos lá conhecer o Richard e a equipa do Comic Relief e tocámos todas as músicas que estávamos a escrever, e uma delas era a All About You. Eles identificaram-se com essa e pensaram que seria boa para o projecto. Partiu tudo daí. Eles perguntaram-nos se nós queríamos ir a África para ver o que eles fazem lá. Nós já fomos a Kamwokya no Uganda duas vezes. Foi maravilhoso.

Foi uma experiência que vos alertou para as outras realidades?
Tom: Sim, definitivamente. As nossas vidas são bizarras; num minuto estamos a fazer qualquer coisa mundana e no seguinte podemos estar a ganhar prémios e a arrecadar êxitos. Houve uma altura em que num dia ganhámos um prémio Brit e estava tudo a correr bem, e de repente, no dia a seguir, estávamos no meio das barracas do Uganda a conhecer pessoas da nossa idade que estavam a morrer de malária. Não estava certo.

Foi essa a primeira experiência que vos fez querer ajudar onde pudessem?
Tom: Essa foi a primeira vez em que apelámos aos nossos fãs e tentámos que eles se apercebessem que podem fazer a diferença. Foi bom para nós também porque antes nunca pudemos ver para onde o dinheiro da caridade vai realmente. Poder ir lá foi espectacular e poder voltar um ano depois e ver como ajudámos a construir uma escola enorme foi incrível. Era literalmente nas barracas. O principal problema lá é a falta de educação. Se as crianças não forem educadas, eles não sabem coisas como os perigos e precauções a ter quanto ao sexo, e por isso a coisa que eles precisam mais era uma escola onde pudessem aprender isso, como também ofícios.
Danny: Foi óptimo quando voltámos e vimos crianças que anteriormente estavam nas ruas estarem agora na escola. Estavam tão felizes. Foi maravilhoso testemunhar isso.
Tom: O Harry foi também à Índia com o Sport Relief.

Acham que os músicos têm responsabilidade de consciencializar as pessoas?
Tom: Sim, acho que qualquer pessoa que está exposta ao público devia fazê-lo. Organizações de solidariedade estão constantemente a falar connosco. Acho que seríamos muito egoístas se não fizéssemos nada.
Danny: Acho que também é bom para nós porque o nosso público é a próxima geração. Não se trata de os conseguirmos influenciar facilmente, mas sim de termos oportunidade de lhes mostrar.

Durante a vossa carreira como banda, tiveram algum arrependimento? Há alguma coisa que desejassem ter feito?
Tom: É difícil dizer porque estamos numa boa situação. Provavelmente desejaria que tivéssemos sido mais saudáveis nos nossos primeiros anos como banda. Era horrível, vivíamos todos na mesma casa e comíamos, literalmente, pizza todas as noites.
Dougie: Eu desejava que tivesse começado a escrever um diário.

De todas as músicas que lançaram, qual é a vossa favorita?
Tom: Temos uma música chamada The Heart Never Lies, que eu gosto muito e que estava na nossa colectânea de Greatest Hits. Foi a única coisa boa de termos lançado esse set, porque não estava num dos nossos álbuns de estúdio e eu esqueço sempre dela. Tocámo-la nas digressões durante um tempo. É uma música muito boa e era olhada um bocado de lado. Acho que deveria ter tido mais sucesso do que teve. Também adoro a All About You porque foi um êxito.
Dougie: Eu diria a Friday Night porque é uma das minhas favoritas para tocar ao vivo e nós tocamos mesmo depressa.
Tom: Ele gosta quando a tocamos muito rápido por uma razão qualquer.
Danny: Eu diria a Shine A Light porque teve muito sucesso e toda a gente a adorou. Tem sido ótimo.
Harry: É difícil. Dos singles, eu diria All About You e The Heart Never Lies.

A vossa maior digressão no Reino Unido começa este ano em Nottingham. Onde é que estão mais entusiasmados por tocar?
Harry: Todas as arenas são sítios fantásticos e o público é incrível. É divertido tocar em Londres porque a nossa família e amigos vêm, mas viajar para a Irlanda, para a Escócia e pelo país também é muito divertido, por isso não existe nenhuma em particular que nos entusiasme mais que as outras.

Qual foi o vosso melhor concerto?
Tom: Nós tocámos em Shepherd’s Bush mesmo antes do Natal como uma amostra do nosso álbum. O público era fantástico. Muitas vezes, em Londres, não é um grande concerto porque estamos sob pressão – a família está lá toda, a produtora, os jornalistas, etc.
Danny: O concerto no The Apollo também foi bom.
Tom: O no Manchester Apollo e o Festival Rock in Rio em Lisboa. Nós éramos os penúltimos do cartaz, nunca tínhamos tocado em Portugal e eram cerca de 80 ou 90 mil pessoas. Foi um máximo. Era o nosso primeiro concerto do ano e, como não tocávamos há algum tempo, o entusiasmo de estar em palco novamente e tocar para uma multidão era imenso.

São perseguidos por multidões quando vão a concertos/discotecas?
Tom: Nós não vamos sair à noite assim tanto, só vamos a discotecas em ocasiões especiais.
Harry: Nós vamos a discotecas quando não nos queremos ouvir uns aos outros e queremos ouvir uma porcaria de música…
Tom: Temos um pequeno pub country mesmo à esquina.
Harry: Ir a discotecas é bom quando se está irritado. Pode-se dançar como um idiota.

Qual é a melhor parte de estar numa banda?
Harry: O álcool.
Tom: Ir em digressões e gravar. Não só digressões, estar em palco; é um sentimento fantástico. Compor músicas é muito recompensador e já tivemos boas experiências a gravá-las. Passámos dez semanas em Sidney para o penúltimo álbum, o que foi incrível.

Alguma vez receberam pedidos para compor para outras bandas?
Tom: De vez em quando. Por vezes são bandas para quem não quero muito compor. Quando os Busted existiam era perfeito porque nós tínhamos o mesmo agente e éramos todos amigos. Fazíamos muitas digressões juntos e o James (Bourne) e eu compusemos juntos grande parte do álbum dos Busted e dos McFly, por isso era uma parceria perfeita. Nunca mais tive isso desde essa altura mas surgiram algumas coisas e há umas no horizonte.

Têm algum conselho para dar a bandas emergentes?
Danny: Esperem! É muito difícil!
Harry: Esperem? Até quando?
Tom: Isso é um ótimo conselho. Esperem. Um. Minuto.
Danny: Acho que é muito difícil entrar nesta indústria de momento.
Harry: Sejam pacientes. Não “esperem”. Isso é um mau sinónimo. Se não têm talento, arrajem-no.
Todos: Arranjem talento!
Tom: Sejam perseverantes se é isso que querem. Mas tenham a certeza que é mesmo isso que querem fazer.

Então, há alguma hipótese de gravar um filme com os McFly?
Harry: Talvez um dia, não sei. Quem quereria investir nisso?
Danny: Seria horrível. Já viram o Spinal Tap? Isso somos nós!

Se um de vocês saísse da banda para perseguir uma carreira a solo e depois quisesse voltar (como o Robbie Williams), vocês deixariam?
Harry: Não se pode comparar. Quando os Take That eram mais novos, eles não se davam bem e o Robbie Williams saiu da banda porque ele odiava mesmo o Gary Barlow. Nós não nos identificamos com essa situação porque nós damos todos muito bem. Se um de nós saísse da banda, não seria por essa razão.
Dougie: E também teríamos de substituir essa pessoa.
Tom: Sim, ou então ficávamos com a banda como trio.
Harry: Se eu saísse, teriam que me substituir.
Tom: Sim, e se o Dougie saísse precisaríamos de um novo baixista. Nem eu nem o Danny somos bons baixistas. Mas se eu ou o Danny saíssemos, os outros três poderiam continuar.

Seriam capazes de participar num reality show para celebridades para a caridade ou assim?
Harry: Se nos separássemos e eu estivesse com falta de dinheiro talvez, mas acho que não o faríamos enquanto estivéssemos ocupados com os McFly.

Existe alguma coisa que não fariam para a caridade?
Harry: Acho que não há muitas coisas que não faríamos. Nós faríamos praticamente tudo.
Danny: Eu não faria bungee jumping.
Harry: Eu faria bungee jumping para a caridade; fazia xixi pelas pernas abaixo, mas faria o salto.
Tom: Nós fazemos imensas coisas estúpidas que não são para a caridade, por isso faríamos ainda mais se fosse para essa causa.

Em que é que gastam o vosso dinheiro?
Tom: O Danny adora carros, ele teve um Aston Martin durante um tempo e agora tem um Range Rover Sport. Eu tenho dois Mini Cooper S iguais – eu não gosto de mudar por isso quando um ficou velho, comprei um novo! Também tenho uma sala de cinema em casa, que é a melhor coisa em que alguma vez gastei dinheiro. O Dougie costumava fazer criação de lagartos e tinha uma colecção de répteis fantástica. E o Harry… eu não faço ideia no que ele gasta dinheiro! Nós não somos ostensivos e somos muito sensatos no que toca a dinheiro. Já todos ajudámos e demos presentes às nossas famílias ao longo dos anos. Eu comprei um Jaguar ao meu pai e paguei as propinas da escola da minha irmã.

Digam-nos o que vos faz rir.?
Harry: Peep Show é a melhor coisa de sempre: Desavergonhado. É um programa genial.
Danny: Aquela rapariga, a Miranda, é um clássico.
Harry: Eu vi um vídeo dela a cair. Eu normalmente não acho piada a esse tipo de coisas mas ela foi brilhante.
Dougie: South Park. Sempre adorei e continua a melhorar.
Tom: Friends é a melhor comédia de sempre. Está sempre a dar, sentas-te a ver e faz-te feliz. Nos rimos daquilo todos os dias, apesar de já termos visto centenas de vezes?

Vocês têm uma pele excelente, têm uma rotina de cuidados pessoais?
Harry: Por acaso eu tenho.
Tom: Ele arranja as unhas.
Danny: Arranjas mesmo?
Harry: Eu odeio ter unhas compridas e irregulares e odeio ter lixo debaixo delas. Eu hidrato a minha cara a seguir ao duche e uso o creme azul para as mãos da Rituals. É esfoliante e é fantástico.

Harry, o que é que achaste de posar para a capa da mais recente edição da revista Attitude?
Harry: A posar, não foi? Sim, foi bom mas estranho. Foi das únicas vezes que estive sozinho sem os rapazes.
Dougie: Ainda estás a falar?
Harry: Bem se eu não falasse nesta entrevista, ela seria muda porque não disseste uma palavra.
(riso histérico)
Harry: Foi divertido mas foi estranho porque eles não estavam lá. Era muito silencioso. Não tinha ninguém com quem falar.

E finalmente, o que vão fazer hoje à noite?
Tom: Eu vou ao cinema em Westfield com a minha namorada.
Harry: O Danny e eu vamos jogar futebol de 5 para 5; praticamos todas as segundas, quando estamos em casa.

Para mais informações sobre a digressão visite Mcflyofficial.com e para a Super City vá a Supercite.mcfly.com

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