quarta-feira, 30 de março de 2011

ANÁLISE DO SHOW DO MCFLY EM CARDIFF.

Stereoboard postou uma análise do show do McFly na Arena Motorpoint, em Cardiff.






McFly – Motorpoint Arena, Cardiff







O menino de sete anos, sentado ao meu lado, está agarrando a cadeira da frente, enquanto olha para o palco com olhos bem abertos. O público é uma mistura esquisita de crianças ansiosas, rapazes indie com cabelo fofo e o que parece ser milhares de adolescentes de 12 anos usando orelhas de coelho. Eles fazem a escura arena parecer um tapete de luz, criado por telas de celulares, esperando pelo momento em que o McFLY vai finalmente subir ao palco como quatro crianças em uma corrida de açúcar.


Quase que não se consegue ouvir o McFLY por conta dos gritos de uma platéia repleta de adolescentes quando eles abrem o show com Party Girl, uma faixa do seu álbum “Above The Noise”. A banda parece muito firme, mas “Party Girl” soa tanto como “Bad Romance”, que Lady Gaga devia pedir seus direitos autorais. “Party Girl” é seguida por “If U C Kate”, uma faixa igualmente nova. Britney Spears já tentou esse truque com as letras, mas a multidão de fãs determinados parece não reparar nestes dois exemplos de plágio musical, já que estão um tanto quanto ocupados pulando e a pretensão não está, provavelmente, na lista de prioridades. A banda toca contra um pano de fundo de corações em néon, o que parece um pouco desapropriado para uma música que tem pouco em relação à magia do amor e muito em relação a uma palavra sacana.


Mas reclamações à parte, o McFLY parece muito profissional nessa noite e mostra uma capacidade musical impressionante. Quando os sucessos mais marcantes do McFLY “Obviously”, “Five Colours In Her Hair” e “All About You” dão ar da sua graça, surpreendo a mim mesmo ao descobrir que conheço todas as letras. O público endoidece, cantando cada palavra com uma adoração enorme. O tempo que as músicas já têm é prova suficiente para o talento do McFLY para a melodia, e a sua pessoa atrevida em palco elogia até o público mais contrariado a submeter-se, com um abraço persistente.


Parece que a prioridade principal do McFLY com esse novo álbum é se reinventar como homens crescidos. Desaparecidos estão os garotos que se perguntamse a menina que gostam cozinha nua – o McFLY está mais velho e, com a idade, vem uma valorização de ‘lábios venenosos e perfume tóxico’. Todavia, este show prova que a habilidade do McFLY que mais atrai é a sua inocência, a sua infantilidade e a sua força musical que se concentra na sua simplicidade. Por muito cativante que o novo material possa ser, algum dele é um pouco precipitado demais para ser maduro – como quando um rapaz de quinze anos deixa crescer um bigode. As diferenças na platéia, relativamente à idade, demonstram isso mesmo. Músicas como “I Need A Woman” parecem um pouco irônicas quando estão a ser cantadas para um grupo de garotas de escola primária, e “End Of The World” é uma música boa, mas não quando a platéia está repleta de crianças de seis anos que mal conseguem dizer “arm”, quanto mais “Armageddon”. A última parte do show é preenchida por balões gigantes que circulam pelo público, enquanto a banda se pendura na armação como o Westlife. A certa altura, o vocalista Danny Jones coloca um par de óculos de sol horrorosos e começa um rap muito mal aconselhado. Tudo parece um pouco confuso.


Em uma última análise, o McFLY é uma banda impressionante de se ver ao vivo, são músicos com muito talento, escrevem músicas de forma invejável e sobem ao palco de maneira carismática. Mas por mais que as fãs mais jovens pareçam venerar os quatro rapazes em palco, é aparente que a nova direção musical da banda está tentando libertar-se delas. Mas alguém deveria dizer ao McFLY que dizer a palavra FUCK não faz com que ninguém cresça mais rápido.












Fonte: mcfly addiction.

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